quinta-feira, 24 de setembro de 2009

INFLAMAÇÃO CRÔNICA E GRANULOMAS


"Reação tecidual caracterizada pelo aumento dos graus de celularidade e de outros elementos teciduais, diante da permanência do agente agressor".

Em termos clínicos, na maioria das vezes, a inflamação crônica é entendida segundo seu critério cronológico, ou seja, é o tipo de inflamação que perdura por longo tempo, não sendo visíveis os sinais cardinais de dor, tumor, calor, rubor e perda de função. Existe ainda o critério biológico, em que se classifica uma inflamação crônica segundo seus elementos teciduais, quais sejam fibroblastos, linfócitos, macrófagos (células ditas do sistema mononuclear macrofágico) e pouca quantidade ou ausência de fenômenos exsudativos plasmáticos. Contudo, muitas vezes, o clínico pode classificar uma inflamação como sendo do tipo crônica, mas, ao olharmos no microscópio, poderemos visualizar elementos teciduais que não correspondam a uma inflamação crônica. Portanto, a visão microscópica (ou biológica) não necessariamente concorda com a visão clínica; o diagnóstico, nesses casos, deve ser feito considerando-se ambos os critérios.

Classicamente, então, a inflamação crônica é composta por células do sistema mononuclear macrofágico (linfócitos, plasmócitos e macrófagos), por destruição tecidual, decorrente da permanência do agente agressor (fase degenerativo-necrótica), e por tentativas de reparação (fase produtivo-reparativa), traduzida pela formação de vasos sangüíneos (angiogênese) e pela substituição do parênquima (a parte funcional do órgão) por fibras (fibrose).

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Inflamação Aguda



Esportes barram a inflamação aguda

   Um estudo brasileiro com cobaias induzidas a doenças no pulmão mostrou mais bons efeitos dos exercícios aeróbicos.

  Os ratos que haviam se mexido regularmente antes de ficar doentes tiveram uma reação até 30% melhor do que a de seus companheiros sedentários. “A atividade física minimiza os processos
inflamatórios e também ajuda na recuperação de cirurgias como a torácica, um dos focos da pesquisa”, comenta Angelina Zanesco, fisiologista da Universidade Estadual Paulista e uma das autoras do trabalho, que ainda contou com especialistas da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, no interior paulista.


E AS ENCRENCAS CRÔNICAS?
Essas inflamações, diferentemente das que ocorrem de vez em quando, têm longa duração e exigem tratamento regular. É o caso da asma, que melhora significativamente com a prática regular de esportes como a natação. Quem cai na água desde criança depende menos de remédios. Não à toa, essa é uma das modalidades mais indicadas para quem sofre disso.

terça-feira, 22 de setembro de 2009


Artrose
O que é?


É a doença articular mais freqüente e a cartilagem é o tecido inicialmente alterado. A cartilagem está aderida à superfície dos ossos que se articulam entre si. É formada por um tecido rico em proteínas, fibras colágenas e células.

Como se desenvolve?

A Osteoartrite (OA) tem início quando alguns constituintes protéicos modificam-se e outros diminuem em número ou tamanho. Há tentativa de reparação através da proliferação das células da cartilagem mas o resultado final do balanço entre destruição e regeneração é uma cartilagem que perde sua superfície lisa que permite adequado deslizamento das superfícies ósseas.

Este processo acompanha-se de liberação de enzimas que normalmente estão dentro das células cartilaginosas. A ação destas enzimas provoca reação inflamatória local a qual amplifica a lesão tecidual. Aparecem erosões na superfície articular da cartilagem que fica como se estivesse cheia de pequenas crateras. A progressão da doença leva ao comprometimento do osso adjacente o qual fica com fissuras e cistos.

Ao mesmo tempo, aparentemente como uma tentativa de aumentar a superfície de contato e procurando maior estabilidade, o osso prolifera. Mas não é um osso normal, sendo mais rígido e mais suscetível a microfraturas que ocorrem principalmente em articulações que suportam peso.

Aparentemente devido à reação inflamatória local todos os elementos da articulação sofrem hipertrofia: cápsula, tendões, músculos e ligamentos. As articulações sofrem aumento de volume e podem estar com calor local.

O grau de comprometimento é bastante variado. A doença pode evoluir até a destruição da articulação ou estacionar a qualquer momento. Há indivíduos que têm deformidades nos dedos e que nunca sentiram dor e outros que terão dor e progressiva piora da doença com conseqüentes deformidade e diminuição da função articular.

Não se conhece o gatilho inicial da Osteoartrite. Acredita-se que mecanismos diferentes levem às mesmas alterações na função e composição das estruturas articulares.

Freqüência

A doença torna-se evidente a partir dos 30 anos de idade. Estima-se que 35% das pessoas já tenha Osteoartrite (OA) em alguma articulação nesta idade, sendo a grande maioria sem sintomas. Joelhos e coluna cervical são os locais mais atingidos. Aos 50 anos aumenta muito a prevalência e a partir da década dos 70 anos 85% dos indivíduos terão alterações ao RX.

Fatores de risco

Osteoartrite (OA) nos dedos das mãos é mais freqüente em mulheres e tem grande incidência familiar, favorecendo um mecanismo genético.

Osteoartrite em articulações que recebem carga, como quadris e joelhos, são mais freqüentes em obesos o mesmo podendo acontecer com a coluna vertebral.

Defeitos posturais como pernas arqueadas ou pernas em xis favorecem Osteoartrite de joelhos. Posição inadequada do fêmur em relação à bacia leva à degeneração cartilaginosa em locais específicos da articulação coxo-femural.

Do mesmo modo, defeitos nos pés levarão à instalação de Osteoartrite, sendo o joanete o melhor modelo. Entretanto, há pacientes que sofrem outro tipo de OA no dedo grande do pé que não se relaciona com defeito postural.

Hiperelasticidade articular, mais comum em mulheres, pode permitir que as superfícies articulares ultrapassem seus limites anatômicos e a cartilagem, deslizando em superfícies duras, sofre erosão. Osteoartrite OA entre fêmur e rótula (femuropatelar) é um exemplo comum.

Doenças metabólicas como diabete e hipotireoidismo favorecem o desenvolvimento de Osteoartrite.

Outras doenças que afetam a cartilagem como artrite reumatóide, artrite infecciosa e doenças por depósitos de cristais (gota e condrocalcinose) podem apresentar-se com o mesmo tipo de lesão e são rotuladas como Osteoartrite (OA) secundária.

Manifestações clínicas

O que se sente?

Antes da dor, os pacientes com OA podem reclamar de desconforto articular ou ao redor das articulações e cansaço. Posteriormente, aparece dor e, mais tarde, deformidades e limitação da função articular. No início, a dor surge após uso prolongado ou sobrecarga das articulações comprometidas.

Mais tarde, os pacientes reclamam que após longo período de inatividade como dormir ou sentar-se por muito tempo em Osteoartrite de quadrís ou joelhos, há dor no início do movimento que permanece alguns minutos.

São exemplos a dor discreta com rigidez que dura alguns minutos nos dedos pela manhã e nos joelhos também de manhã ou após algum tempo sentado. Nos pacientes que têm piora progressiva a dor fica mais forte e duradoura e as deformidades acentuam-se.

Na Osteoartrite de quadrís e joelhos, subir e descer escadas fica mais difícil assim como caminhadas mais longas.

A inflamação pode produzir aumento do líquido intra-articular. Nestas situações a dor aumenta, os movimentos ficam mais limitados e a palpação articular evidencia calor local além da presença do derrame.

Acredita-se que só o fato de uma articulação estar comprometida já é suficiente para que se desenvolva atrofia muscular, mas certamente a falta de movimentos completos e a inatividade são fatores coadjuvantes importantes. Em casos extremos, os pacientes necessitam fazer uso de bengalas ou muletas. Raramente um paciente com Osteoartrite de quadris ou joelhos vai para cadeira-de-rodas.

Osteoartrite (OA) das mãos.

É mais freqüente em mulheres. Pode haver comprometimento exclusivo das articulações próximas às unhas (interfalangianas distais). Após lenta evolução que não obrigatoriamente acompanha-se de dor e vermelhidão estas articulações ficam com proeminências ósseas duras e de distribuição irregular.

Com menor freqüência, podem ocorrer lesões semelhantes nas articulações interfalangianas proximais. A capacidade de preensão pode ficar bastante comprometida.

Local comumente envolvido é a articulação abaixo do polegar (trapéziometacarpiana). Com freqüência esta articulação, em ambas mãos, é a única envolvida.

A gravidade é bastante variável. Pode não afetar a função das mãos mas há casos de deslocamento do polegar para a região palmar e dor forte ao segurar-se objetos.

Osteoartrite (OA) dos pés

É comum o joanete. É o resultado de um defeito da posição dos ossos que formam a articulação do grande artelho com o médio-pé.

A Osteoartrite é conseqüente ao desgaste da cartilagem e do osso adjacente e conseqüente proliferação óssea anormal. Atrito provocado pelo uso de calçados forma uma bursa (cisto abaixo da pele) que inflama e dói.

Vários defeitos posturais ou da mecânica dos pés que não são corrigidos com calçados apropriados, exercícios, palmilhas ou cirurgia levam a lesões cartilaginosas e conseqüente OA. Os pés podem ficar bastante deformados e rígidos, dificultando a marcha e o uso de calçados.

Osteoartrite (OA) dos quadris (coxartrose)

A grande maioria das coxartroses é secundária a defeitos da bacia ou fêmur congênitos ou adquiridos precocemente.

Quando as duas articulações estão envolvidas, obesidade deve ser um fator importante. A dor pode localizar-se na virilha, nádega, parte externa ou interna da coxa e, menos freqüentemente, irradiar-se ou ser unicamente no joelho. Em todas as situações haverá progressiva limitação dos movimentos da coxa, sendo comum dificuldade para colocar calçados e vestir calças.


  Dermatite seborreica - O que é?



A Dermatite seborreica, também conhecida simplesmente como Seborreia , é uma doença da pele que ataca o couro cabeludo, a face e algumas outras partes do corpo, especialmente as abundantes em glândulas sebáceas. Provocando eritema, descamação oleosa e prurido. Quando ataca o couro cabeludo, é mais popularmente conhecida como Caspa. Acredita-se que o fungo Malassezia furfur (cujo nome anterior era Pityrosporum ovale) contribua para essa situação. O fungo habita normalmente os folículos pilosos, e pode haver uma reacção imune que contribua para a dermatite.


Tratamento


O tratamento recomendado é o uso do cetoconazol e corticosteroides, na forma de loções, cremes ou xampus anticaspa. Xampus com piritionato de zinco, sulfeto de selênio ou alcatrão de hulha podem ajudar no tratamento, bem como loções contendo ácidos alfa-hidróxidos (AHA). Embora casos simples possam ser tratados com produtos comuns de higiene pessoal e cosméticos, em casos mais graves o tratamento deve ser conduzido sob orientação de um médico.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Abscesso - O que é?



É designado de abscesso ou abcesso o acúmulo localizado de pus num tecido, formando uma cavidade delimitada por uma membrana de tecido inflamatório (membrana piogénica). O líquido purulento que a preenche se forma em virtude da desintegração e morte (necrose) do tecido original, microorganismos e leucócitos.


Causas


Pode ser causado por vários agentes patogénicos microbiológicos, como as bactérias piogénicas (incluindo estafilococos, estreptococos, gonococos, entre outros), ameba, além de algumas substâncias químicas (como a essência de terebintina).


Sintomas


Os sintomas dependem do órgão ou tecido afetado. No entanto, classicamente temos como manifestações de todo processo inflamatório a dor, calor, rubor e tumefação locais, podendo apresentar perda de função. Os abscessos "maduros" têm flutuação à palpação e a pele que os reveste torna-se mais fina.


Têm ocorrência mais comum na pele, mas podem atingir qualquer tecido. Dificilmente há remissão espontânea, com a reabsorção (se pequenos) ou fistulização.


Tratamento


Um abscesso deve sofer intervenção cirúrgica com o objetivo de aliviar os sintomas e favorecer sua cura. Para drenar um abscesso, o médico deve acessar sua parede e libertar o pus. Depois da drenagem, se o abscesso for de maiores dimensões, deixa um amplo espaço vazio (espaço morto), e sofrerá cicatrização por segunda intenção. Em certos casos, é necessário o uso temporário de drenos artificiais.


Como o centro necrótico do abscesso não recebe suprimento sanguíneo, está encapsulado e sob condições químicas adversas (baixo pH), os antibióticos não costumam ser muito eficazes para o tratamento primário. Depois de realizada sua drenagem, antibióticos podem ser administrados para evitar a disseminação do processo infeccioso ou sua recorrência.


• A análise microbiológica do material pode guiar a escolha do antibiótico mais eficaz,[2] mas esta é necessária apenas em casos de maior gravidade ou falha terapêutica com a adequada drenagem e antibioticoterapia empírica.[3]


Complicações


Um abscesso inadequadamente tratado pode resolver-se espontaneamente: reabsorvido ou formando fístulas (comunicação) para o meio externo. Ao fistulizar para cavidades naturais do corpo dá origem a um empiema, mas também pode complicar-se ao drenar para a corrente sanguínea, levando bacteremia e, nos casos mais graves, sepse.


Apresentações


O abscesso pode ocorrer em qualquer região do corpo afetada por um agente piogênico (cérebro, osesos, pele, pulmão, músculos). Porém, existem alguns tipos de maior relevância, seja por sua frequência ou sua gravidade.


Abaixo segue uma lista com alguns dos abscessos descritos pela literatura de saúde:


• Abscesso cutâneo


• Abscesso perianal


• Abscesso peritonsilar


• Abscesso pulmonar


• Abscesso amebiano


• Abscesso Esplênico


• Abscesso da Glândula de Bartholin







Afta



Afta (ou estomatite aftosa) é uma ferida na mucosa bucal, é uma ferida considerada limpa, pois não é provocada por microorganismo algum, como bactéria ou fungo. Caracteriza-se como áreas de erosão (com rompimento do tecido epitelial e exposição do tecido conjuntivo) em qualquer local da cavidade bucal. Geralmente ocasiona reação inflamatória de intensidade leve ou moderada associada à dor, por expôr o tecido conjuntivo (e suas terminações nervosas) em contato direto com o meio bucal.


Pouco se conhece sobre a etiopatogenia das aftas. Dados científicos sobre o assunto sugerem que a aftose provavelmente seja uma manifestação comum a diversas doenças, causada por mecanismos distintos, geralmente de natureza imunológica. Geralmente a lesão regride de 1 a 2 semanas (mas pode persistir por um período incerto).


Segundo a crença popular, alimentos e frutas ácidas como o abacaxi e o limão, assim como temperos picantes, podem funcionar como possíveis indutores da formação de aftas, preferencialmente em quem já apresenta tendência para o problema. Mas os principais desencadeadores das lesões são o stress e trauma local . Outros fatores também podem causar ou contribuir como: doenças sistêmicas, imunopatias, deficiências nutricionais, alergias, doenças auto-imunes e reações a determinados tipos de medicamentos.


Incidência


Ocorre em 20% a 50% da população mundial. A tendência começa na adolescência e se agrava na faixa dos 30 e 40 anos, fase em que o stress aumenta. Com o avanço da idade a tendência diminui e por vezes, o problema desaparece por completo. Lesões que perdurem por mais de duas semanas devem ser avaliadas por um Estomatologista, que é um médico especialista na área da boca, ou um Médico-Dentista.


Características


As aftas surgem na maioria das vezes em pessoas saudáveis; A afta comum não provoca febre nem mau hálito; Não tem cura definitiva, é um problema que vai e volta; Não é transmissível de uma pessoa para outra; As feridas são limpas, pois não há nelas fungos ou bactérias que desencadearam o problema.


Possíveis causas


A teoria mais aceita é a de que pessoas com afta estão com alguma deficiência no sistema imunológico, que pode ser atribuída, entre outras coisas, a: Predisposição genética; Tensão pré-menstrual; Deficiência nutricional causada, entre outros fatores, por um desequilíbrio alimentar ou até por algum efeito secundário de um medicamento.


Tratamento


Dependendo do indivíduo, o tratamento visa a aliviar os sintomas, prevenir o aparecimento de novas aftas e diminuir a gravidade do surto. O uso de bicarbonato de sódio serve para diminuir a dor, pois destrói as células nervosas responsáveis por ela, porém o bicarbonato também destrói os tecidos saudáveis da mucosa, fazendo com que a afta demore ainda mais a desaparecer.


É recomendado o uso de fermentos láctico (Saccaromyces Boulardii), própolis, pois, segundo relato de várias pessoas que utilizam o método, o problema desaparece em poucos dias, além de aliviar a dor assim que aplicado sobre a lesão. Qualquer produto que contenha bicarbonato de sódio pode ser usado (p.e. sal de frutas).


Anti-inflamatório corticóide é muito usado em bochechos ou em pomadas apropriadas. Há também injeções anti-inflamatórias que são aplicadas sobre a lesão.


Um tratamento muito eficaz é utilizar Syzygium aromaticum, conhecido popularmente como cravo-da-índia. O cravo tem propriedades medicinais, compreendem o tratamento de náuseas, flatulências, indigestão, diarreia, tem propriedades bactericidas e é também usado com anestésico e antisséptico para o alívio de dores de dente.


O óleo de cravos-da-índia pode ser extremamente aliviante quanto há dor e promove a cura da ferida. É um analgésico e um antisséptico natural, usado primeiramente na odontologia para seu eugenol do ingrediente ativo. A aplicação constante fornece o relevo significativo, e o sabor desagradável é compensado pelos benefícios. A aplicação consiste de uma ou duas gotas do óleo de cravo-da-índia em um botão de algodão sendo introduzidas gradualmente na área afetada.


Há também uma nova forma de amenizar a dor de forma imediata, por meio de laser. Este é aplicado em consultórios odontológicos e, apesar de ser uma técnica nova, vem se mostrando muito funcional, pois, além de praticamente sanar a dor, não tem contraindicações.





Doença na gengiva aumenta risco de infartos e derrames





Apenas dois em cada dez adultos possuem gengivas sadias, segundo dados do Ministério da Saúde. Entre os idosos, a taxa é de apenas 10%. Embora seja difícil para um leigo associar uma coisa e outra, inflamações na boca podem levar a doenças cardiovasculares como infarto e derrame, como confirma um novo estudo feito no Brasil.
A doença periodontal é uma infecção, causada por bactérias, que afeta os tecidos que rodeiam os dentes. 0 sinal mais característico é o sangramento frequente. O problema tem sido associado a diversas doenças, como diabetes, infecções pulmonares e até partos prematuros.
O novo estudo, feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), vinculados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fluidos Complexos, mostrou que pacientes com a doença nas gengivas têm níveis até quatro vezes mais altos de triglicérides (gordura) no sangue. Além disso, têm níveis mais baixos de HDL, o "bom colesterol". Explica que a doença periodontal leva o sistema imunológico a lutar contra as bactérias, mas o organismo acaba atacando o que não deve também. O processo gera o que os cientistas chamam de LDL (ou "mau colesterol") modificado, o verdadeiro vilão da saúde cardiovascular.
Se o LDL estiver íntegro, afirma o pesquisador, ele é metabolizado no fígado e levado pelo HDL para ser excretado. Ou seja, a pessoa não precisa de remédios para baixar o colesterol. "Mas o LDL modificado não participa do metabolismo e fica depositado na parede das artérias", diz. O resultado é a aterosclerose, o acúmulo de placas de gordura que pode causar infartos e derrames.
O estudo contou com uma nova técnica, chamada de Varredura-Z, para a dosagem da quantidade de LDL modificado no plasma. "Os resultados revelaram que pacientes com periodontite são portadores de um maior número de LDL modificadas quando comparados com os pacientes controle".
A análise foi feita em 40 pacientes com periodontite crônica, monitorados ao longo de um ano. Após tratarem a doença, a concentração de LDL modificada caiu significativamente, mostrando que a saúde bucal tem uma importância maior para a saúde do que simplesmente conservar o sorriso.